A medida atende a um problema crescente e dá direito aos que não têm condições financeiras de adquirir repelentes regularmente
A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou, em segunda votação, o projeto de lei que prevê a distribuição gratuita de repelentes em bairros com maior incidência de borrachudos. A proposta, liderada pela Comissão de Combate ao Borrachudo, segue agora para sanção do prefeito Eduardo Paes (PSD).
A medida atende a um problema crescente: moradores de diferentes regiões vêm relatando, desde maio, inchaço, coceira, vermelhidão e até reações alérgicas provocadas pelas picadas desses insetos. Muitos não têm condições financeiras de adquirir repelentes regularmente, o que reforça a importância da ação do poder público.
O vereador Marcelo Diniz (PSD), presidente da comissão, destacou a relevância da iniciativa para proteger populações vulneráveis. “É uma vitória muito grande da população, em especial das pessoas que não têm condições financeiras de se proteger contra os insetos. Essa lei vai ajudar nossas crianças, idosos e moradores de áreas carentes que não têm meios de enfrentar os mosquitos”, afirmou.
Totens de repelente: alternativa moderna e acessível
Especialistas alertam que apenas a distribuição em unidades de saúde pode não ser suficiente para alcançar toda a população. Uma solução já utilizada em outras cidades brasileiras são os totens automáticos de distribuição gratuita de repelente, equipamentos que permitem acesso contínuo ao produto em locais estratégicos, como praças, escolas e áreas de grande circulação.
Além de democratizar o acesso, os totens funcionam também como ferramentas de prevenção e comunicação educativa, já que podem trazer informações visuais sobre cuidados com a saúde e combate a insetos transmissores de doenças.
A tecnologia já está em uso em cidades como Campo Largo (PR), Maricá (RJ) e Itarana (ES), onde tem se mostrado eficaz tanto na redução de custos operacionais quanto na ampliação do alcance populacional.
Desafio urbano e ambiental
O problema dos borrachudos está relacionado ao desequilíbrio ambiental. O biólogo Paulo Sérgio Gama, da Secretaria de Meio Ambiente e Clima, explica que o excesso de matéria orgânica em rios e córregos, aliado ao desmatamento das matas ciliares, favorece a proliferação da espécie. Ações de reflorestamento e preservação, somadas à proteção individual com repelentes, formam um conjunto de medidas necessárias para enfrentar a situação.
Enquanto o município se organiza para implementar a nova lei, especialistas em saúde pública defendem que soluções inovadoras, como os totens, podem acelerar o acesso da população à proteção diária — especialmente em regiões de maior vulnerabilidade.
Fonte: O Dia